As Gruas de Lisboa
Um dos preços a pagar pelo aumento da actividade económica e da ebulição imobiliária que caracteriza Lisboa nos últimos tempos é o exarcebado atropelo à paisagem urbana, seja qual for o ponto de vista, pela proliferação de gruas que parecem transformar a cidade numa espécie de berçário para coisas feias, potencialmente inestéticas, feitas de metal.
Esta foto, tirada no passado fim de semana, ensinou-me duas coisas:
- Para mim, as gruas estão a ficar naturalmente aceites na paisagem lisboeta, pois nem reparei nestas enquanto fotografava, o que também pode significar que o meu olho fotográfico ainda precisa de muito treino
- É possível - embora seja discutível o interesse - fazer uma integração o mais fotogénica possível das gruas na paisagem urbana de Lisboa. Pelo menos, julgando pelo perfilar acidental capturado nesta imagem.
Entretanto, de forma a dar um ar muito mais criativo à imagem destas estruturas metálicas, a CML poderia muito bem criar um incentivo para iluminar as gruas com leds durante a noite, criando assim mais um apelativo evento de interesse turístico. Já que não se pode fotografar a Torre Eiffel quando está iluminada, fotografavam-se as gruas de Lisboa. Era espectacular chegar ao miradouro da Graça e ver dezenas de estruturas em L invertido, todas iluminadas - acesas talvez seja mais correcto - criativamente, desde as Amoreiras até ao Terreiro do Paço, a fazerem concorrência ao próprio Cristo Rei. Fica a ideia...
Nota: Comecei por escrever este texto numa perspectiva irónica, mas depois fiquei a pensar...